O Bastão da Fala

Bastão utilizado nas Reuniões de Grupo da AADA, para "quebrar o gelo".

O bastão da fala tem sido usado há séculos por muitas tribos de índios americanos, como um meio de fala e escuta justa e imparcial.

O bastão da fala era usado comumente em reuniões de conselho circulares, para designar quem tinha o direito de falar. Quando assuntos de grande importância vinham a frente do conselho, o chefe da tribo pegava o bastão e iniciava a discussão. Quando ele terminava o que ele tinha a dizer, ele passava o bastão para alguém que desejasse falar. Dessa maneira, o bastão era passado de um indivíduo para outro, até que todos que desejassem falar o tivessem feito. O bastão então era passado novamente ao chefe da tribo, para que ele pudesse guardá-lo em lugar seguro.

Algumas tribos usavam uma pena, ao invés do bastão da fala. Outras tribos podiam usar um caximbo da paz, uma cinta, um concha sagrada ou um outro objeto que pudesse indicar quem tinha o direito de falar.

Qualquer que seja o objeto, esse traz respeito a fala livre, e assegura ao orador, a liberdade e o poder para dizer o que está em seu coração, sem medo de represálias ou humilhação.

Quem quer que segure o bastão da fala, tem em suas mãos o poder sagrado das palavras. Só ele pode falar enquanto segura o bastão; os outros membros do conselho devem permanecer em silêncio.

A pena de águia presa ao bastão, lhe dá coragem e sabedoria para falar verdadeira e sabiamente.

O pêlo de coelho na ponta do bastão, o lembra que suas palavras devem vir do coração e que elas devem ser delicadas e calorosas. A pedra azul, o lembrará que o Grande Espírito ouve a mensagem do seu coração, bem como as palavras que ele diz. A concha, reluzente e mutante, o lembra que toda a criação muda – os dias, as estações, os anos – e pessoas e situações mudam também. As quatro cores das pedras – amarelo para o amanhecer (leste), vermelho para o pôr do sol (oeste), branco para a neve (norte) e verde para a terra (sul) – são símbolos dos poderes do universo que ele tem em suas mãos, no momento que ele falar o que está em seu coração. Presas ao bastão, estão tufos de pelos do grande búfalo. Quem fala, pode fazê-lo com o poder e a força desse grande animal.

O orador não deve esquecer que ele carrega em si, o faísca sagrada do Grande Espírito, e portanto, ele também é sagrado. Se ele sentir que ele não pode honrar o bastão da fala com suas palavras, ele deve se abster de falar para não desonrar a si próprio. Quando ele tiver reavido o controle de suas palavras, o bastão pode ser entregue a ele novamente.

Carol Locust